sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ministério Publico recomenda ao município do Rio que intensifique combate à dengue

Rio de Janeiro - O Ministério Público (MP) do Rio entregou à prefeitura da capital recomendação no sentido de que os órgãos públicos intensifiquem o combate ao mosquito da dengue, exercendo o seu poder de polícia. Segundo o MP, eles devem ter acesso aos imóveis abandonados ou fechados de modo a evitar uma nova epidemia de dengue. 
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, no mês de janeiro o número de casos de dengue no estado dobrou em comparação ao mesmo período de 2010. No ano passado, foram notificados 1.447 casos, enquanto que em 2011, 3.069.
Com o objetivo de acompanhar as ações de combate à dengue no Rio, a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Saúde se reuniu com representantes da Secretaria Municipal de saúde e Defesa Civil e outros órgãos, como a Secretaria Especial de Ordem Publica e a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).
A preocupação com a possibilidade de uma epidemia de dengue no estado fará com que as secretarias municipal e estadual de Saúde apresentem, em audiência pública no próximo dia 21, as ações desenvolvidas tanto para o atendimento à população infectada quanto para o combate ao mosquito Aedes aegypti. 
Nesta terça-feira (8) foi registrado o primeiro caso de morte por dengue de 2011: uma menina de 9 anos, moradora de Itaboraí, que estava internada no Hospital Santa Cruz, em Niterói, desde 26 de dezembro do ano passado. Como o diagnóstico da dengue foi notificado em 31 de dezembro, o caso fará parte da estatística de óbitos causados pela doença relativa a 2010.
No município do Rio, foram confirmados até agora 1.107 casos da doença, dos quais 948 foram registrados em fevereiro. Em janeiro e fevereiro do ano passado, foram notificados, respectivamente, 113 e 176 casos. No ano inteiro, foram 3.120 casos.
Sobre a possibilidade de uma nova epidemia no Rio, o coordenador de Operações contra a Dengue do município, Marcos Ferreira, disse que o aumento nestes primeiros meses do ano já era esperado, mas que a situação está sob controle.
“Nós já esperávamos um aumento no número de casos de dengue em razão da reintrodução do vírus 1, além de ser verão, estação propícia à maior incidência do vírus. Por enquanto, a situação está sobre controle, mas nada que evite o nosso estado de alerta. Ainda há também a possibilidade da introdução da dengue do tipo 4, que não foi detectada no estado, o que pode dificultar o controle da doença e de uma possível epidemia”.   
O coordenador alertou para os riscos causados pela reintrodução do vírus do tipo 1. Ele explicou que quem tem 24 anos ou menos está mais susceptível ao vírus, uma vez que ainda não contraiu esse tipo do Aedes aegypti.
Jornal do Brasil
Ação do PSF de Passos contra a dengue é exemplo para Governo Mineiro


vanessa_queiroz_com_equipeA Secretaria de Estado da Saúde – SES – vai usar como exemplo para toda Minas Gerais uma ação que foi implementada pela Prefeitura de Passos, desde o ano passado, em que os agentes comunitários de Saúde do PSF foram envolvidos no combate à dengue. Uma equipe do canal Minas Saúde, da SES chegou na quarta-feira, 9, e permanece até sexta-feira, 11, em Passos, para captar imagens e produzir um filme e que será exibido em teleaulas para treinamento, em todo o Estado. Vanessa Queiroz, coordenadora do Programa de Saúde da Família, explicou que a Secretaria Municipal de Saúde apresentou em Uberaba, em 2010, a experiência da Prefeitura de Passos na implantação de uma “ficha de acompanhamento da dengue pelo agente comunitário de saúde”. O diretor de Atenção Básica da SES, Vagner Fulgêncio, gostou da ação inovadora e, por sua indicação, ela agora fará parte do Plano de Enfrentamento da Dengue, do Governo do Estado, através desse filme educativo, utilizado no Programa de Educação Permanente à Distância, direcionado voltado ao pessoal de Saúde. O elemento inovador criado pela Secretaria Municipal de Saúde, a ficha de acompanhamento, foi implantado no meio do ano passado, e levou em conta alguns aspectos do Plano Diretor da Saúde no Estado, como a valorização do perfil da família, as medidas que essa família têm condições de adotar por sua própria conta para enfrentar o problema, o reconhecimento dos fatores de risco da dengue (16 ao todo). Conforme Vanessa, a ficha é interativa e mostra os fatores de risco e a forma de resolvê-los. Ao terminar a visita, a ficha é destacada e entregue pelo agente à família, estabelecendo-se um compromisso. Vanessa disse que é importante essa nova forma de agir, em que os papéis ficam bem definidos, ou seja, a unidade de Saúde avalia e informa e o cidadão age em sua casa.Ela destacou a importância do agente, que conhece a família, já tem sua confiança, e sabe o que ela é capaz de fazer por conta própria. Quando for detectada uma situação em que os moradores não poderão resolver sozinhos, é feita uma notificação à Vigilância Ambiental. É hora, então, de entrar em ação o supervisor da Zoonoses, daquela área, marcando uma visita da brigada da dengue. O agente poderá, dependendo do caso, acionar outro setor, como o Departamento de Limpeza Urbana.

Em cena

Ana Alvarenga, produtora do Canal Minas Saúde, e Ana Carolina Soares, assistente de direção, fizeram uma reunião preparatória com Vanessa e três agentes no meio da tarde. Norisney Freire Zaparoli foi a agente escolhida para participar do filme educativo. A produtora disse que a SES enviou a equipe a duas cidades mineiras, que têm ações exemplares: Lagoa Santa e Passos. Em Lagoa Santa a Prefeitura realizou um treinamento dos agentes do PSF, numa ação semelhante à de Passos. Mas aqui o diferencial é a ficha de acompanhamento. O documentário irá apresentar o envolvimento dos agentes do PSF, com “um olhar mais vigilante, que além de seu trabalho rotineiro incorpora ações que sejam exemplares ao projeto Dengue 2011 do Governo do Estado”.

Vanessa disse que, no início, acreditava-se que os agentes fossem encontrar resistência dos usuários, pois a ficha é uma espécie de contrato, em que os moradores têm sua cota de responsabilidade a cumprir. “Bate de frente com o paternalismo tradicional, com uma postura mais passiva dos usuários” – comentou.

Damaris Rodrigues Costa, agente que participou da reunião, comentou que “com a instrução que estamos dando, os vizinhos estão denunciando mais”.  Já o agente Aguimar Teixeira disse que o morador cuidadoso, quando a equipe chega, faz questão de mostrar que cumpriu sua parte e receber um elogio por sua atitude.

A atuação dos agentes tem servido, também, para que os usuários conheçam novos fatores de risco, pouco citados, como canos abertos de antenas parabólicas, bandejas de aparelhos de ar condicionado e de degelo de certos modelos de geladeira.

Jornal dos  lagos

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