sábado, 19 de fevereiro de 2011

5.332 casos de DENGUE em 45 dias no estado do Espírito Santo

A explosão de dengue no Espírito Santo é mais um indicativo de que os governantes não investem em políticas públicas de prevenção. Nos primeiros 45 dias de 2011, foram registrados 5.332 casos da doença no Estado. Só este ano, sete pessoas morreram vítimas da doença.
Sai ano, entra ano, e a história se repete. Há dois anos, o Estado era mais uma vez derrotado pelo mosquito. Os números de 2009, muito semelhantes aos deste ano, mostram que as políticas de prevenção não avançaram.
Naquele ano, a desculpa foram as eleições de 2008. Os agentes de saúde reclamavam que as mudanças de prefeitos interromperam o trabalho de prevenção que havia sido programado por algumas prefeituras para o verão de 2009. Resultado, os municípios iniciaram tardiamente as ações de combate ao mosquito, que se proliferou à vontade. Nos três primeiros meses de 2009, 14 pessoas entraram para as estatísticas fatais do mosquito.
De 2009 para 2010 não houve eleições, mas a incidência de dengue continuou alta. A epidemia de dengue no Estado, naquele ano, foi creditada às fortes chuvas de verão, inerentes a essa época do ano.
Em 2011, a escrita se repete. As fortes chuvas que castigaram o Estado no final do ano passado deram as condições perfeitas, mais uma vez, para a proliferação do mosquito.
Depois de infectada, a vítima da dengue enfrenta o outro périplo. A falta de políticas públicas preventivas não está somente nas ações de combate ao mosquito, mas também na falta de infraestrutura dos equipamentos e profissionais de saúde para lidar com a doença.
A rede básica de atendimento à saúde, principalmente no interior do Estado – onde os casos da doença vêm se alastrando ano após ano -, não dispõe de infraestrutura adequada para prestar o primeiro atendimento à vítima da dengue.
Os números confirmam que os governantes brasileiros gastam muito, mas ainda gastam mal. O Brasil é um dos países das Américas que mais gasta com o tratamento da doença e menos gasta em prevenção. Se houvesse planejamento e as ações de prevenção fossem cumpridas, a tendência era que os recursos destinados ao tratamento diminuíssem.
No meio de tanto retrocesso, a notícia positiva surge justamente na área de prevenção. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Vitória (Semus), com pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam) e também com um representante da Fiocruz, começou a discutir está semana o uso da homeopatia para tratamento da dengue.
A iniciativa, embora incipiente, não deixa de ser uma luz no final do túnel, para um Estado que preferiu sempre remediar a prevenir.

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