BandNews FM SP
Os números da dengue em janeiro deste ano estão menores na comparação com 2010 de acordo com os dados do Ministério da Saúde. Segundo a colunista da BandNews FM Mônica Bergamo, foram 39.240 casos em janeiro de 2011 contra 98.363 no mesmo mês do ano passado, uma queda de 60%.
De acordo com a colunista, os dados foram confirmados pelo ministério, mas se referem a apenas um dos meses do verão. A divulgação da diminuição de casos não foi feita pelo órgão porque poderia ser precipitada e desmobilizar a sociedade no combate à dengue.
A região Norte é a que mais preocupa o governo, principalmente os Estados do Acre e Amazonas que representaram 34% dos casos no mês de janeiro no país. Em Juiz de Fora, Minas Gerais, os casos são quatro vezes maiores do que no mês passado.
De acordo com a colunista, os dados foram confirmados pelo ministério, mas se referem a apenas um dos meses do verão. A divulgação da diminuição de casos não foi feita pelo órgão porque poderia ser precipitada e desmobilizar a sociedade no combate à dengue.
A região Norte é a que mais preocupa o governo, principalmente os Estados do Acre e Amazonas que representaram 34% dos casos no mês de janeiro no país. Em Juiz de Fora, Minas Gerais, os casos são quatro vezes maiores do que no mês passado.
Único meio de erradicar a dengue é eliminar o transmissor
Do Jornal da Band
pauta@band.com.br
A dengue é uma doença tratável, mas ainda não tem vacina. Por isso, eliminar o transmissor é o único meio de erradicá-la. O Brasil já conseguiu isso 50 anos atrás, mas o Aedes aegypti voltou mais resistente. As novas gerações do mosquito são imunes a muitos inseticidas e não precisam mais de água limpa para se reproduzir.
O cenário urbano é o que apresenta as condições ideais para o mosquito da dengue se desenvolver: concentração de gente significa fartura de alimento. Água parada nos quintais das casas, terrenos baldios e construções favorecem sua reprodução.
Um mosquito ágil e ávido por sangue humano. Diferente de outros insetos, o Aedes aegypti pode picar várias pessoas num curto intervalo de tempo. Depois de se alimentar, demora entre dois e quatro dias para desovar em pontos diferentes.
"Com isso ele tem facilidade de transmitir e tem uma facilidade grande de dispersão numa área.", disse o entomologista da Fiocruz Sérgio Luiz.
O cenário urbano é o que apresenta as condições ideais para o mosquito da dengue se desenvolver: concentração de gente significa fartura de alimento. Água parada nos quintais das casas, terrenos baldios e construções favorecem sua reprodução.
Um mosquito ágil e ávido por sangue humano. Diferente de outros insetos, o Aedes aegypti pode picar várias pessoas num curto intervalo de tempo. Depois de se alimentar, demora entre dois e quatro dias para desovar em pontos diferentes.
"Com isso ele tem facilidade de transmitir e tem uma facilidade grande de dispersão numa área.", disse o entomologista da Fiocruz Sérgio Luiz.
"No ambiente urbano, ele é um vetor, por essa biologia de se picar várias pessoas e se espalhar em vários tipos de criadouro, ele se torna um potencial inimigo da população.", completa.
O mosquito pode pôr cerca de cem ovos a cada desova. Em contato com a água viram larvas em 48 horas. Em sete dias se transformam em mosquitos. Os especialistas descobriram que os ovos tem alta resistência, podem sobreviver até um ano fora d´água.
"É um dos insetos que mais se disseminou nos últimos 50 anos. A circulação do vírus tá aumentando em todo país e trazendo um risco muito grande para a saúde da população.", afirma o médico infectologista Antônio Magela.
O Aedes aegypti chegou ao país no período colonial, veio da África nos navios que traziam os escravos. Na década de 50 chegou a ser eliminado, mas foi reintroduzido nos anos 70, provavelmente vindo de um país do Caribe.
Pesquisadores de várias instituições formaram uma equipe e passaram a atuar juntos em Manaus. Eles coletam os mosquitos da dengue em várias partes da cidade, querem acompanhar possíveis mudanças na biologia do inseto. Entender o comportamento do Aedes aegypti pode ditar os novos rumos no trabalho de controle do vetor da dengue.
O virologista Felipe Naveca vai mais longe: a pesquisa também vai apontar a origem e os tipos de vírus da dengue que circulam na cidade, o que pode ajudar em medidas preventivas contra a doença.
"Normalmente os vírus asiáticos estão associados com quadros mais graves ou com maior virulência. A gente conseguindo traçar como esse vírus tá se espalhando, aumenta a chance da gente ter um diagnóstico mais rápido.", declarou.
O mosquito da dengue adquiriu nas últimas décadas resistência a inseticidas. Ademir é entomologista da Fiocruz, no Rio. Segundo ele, o uso indiscriminado do fumacê e outros inseticidas colabora na formação de uma geração de mosquitos ainda mais perigosa.
O inseto também mostra que pode se adaptar a ambientes antes considerados impróprios para a reprodução.
“Há um cabedal genético que permite que esses organismos se adaptem a diferentes condições. Então na Austrália foi detectado que o Aedes está explorando o esgoto. Por quê? Por causa da seca que anda acontecendo por lá.”, disse o entomologista Wanderli Tadei.
São sinais de que a batalha contra o mosquito ainda vai exigir muito mais atenção e recursos.
O mosquito pode pôr cerca de cem ovos a cada desova. Em contato com a água viram larvas em 48 horas. Em sete dias se transformam em mosquitos. Os especialistas descobriram que os ovos tem alta resistência, podem sobreviver até um ano fora d´água.
"É um dos insetos que mais se disseminou nos últimos 50 anos. A circulação do vírus tá aumentando em todo país e trazendo um risco muito grande para a saúde da população.", afirma o médico infectologista Antônio Magela.
O Aedes aegypti chegou ao país no período colonial, veio da África nos navios que traziam os escravos. Na década de 50 chegou a ser eliminado, mas foi reintroduzido nos anos 70, provavelmente vindo de um país do Caribe.
Pesquisadores de várias instituições formaram uma equipe e passaram a atuar juntos em Manaus. Eles coletam os mosquitos da dengue em várias partes da cidade, querem acompanhar possíveis mudanças na biologia do inseto. Entender o comportamento do Aedes aegypti pode ditar os novos rumos no trabalho de controle do vetor da dengue.
O virologista Felipe Naveca vai mais longe: a pesquisa também vai apontar a origem e os tipos de vírus da dengue que circulam na cidade, o que pode ajudar em medidas preventivas contra a doença.
"Normalmente os vírus asiáticos estão associados com quadros mais graves ou com maior virulência. A gente conseguindo traçar como esse vírus tá se espalhando, aumenta a chance da gente ter um diagnóstico mais rápido.", declarou.
O mosquito da dengue adquiriu nas últimas décadas resistência a inseticidas. Ademir é entomologista da Fiocruz, no Rio. Segundo ele, o uso indiscriminado do fumacê e outros inseticidas colabora na formação de uma geração de mosquitos ainda mais perigosa.
O inseto também mostra que pode se adaptar a ambientes antes considerados impróprios para a reprodução.
“Há um cabedal genético que permite que esses organismos se adaptem a diferentes condições. Então na Austrália foi detectado que o Aedes está explorando o esgoto. Por quê? Por causa da seca que anda acontecendo por lá.”, disse o entomologista Wanderli Tadei.
São sinais de que a batalha contra o mosquito ainda vai exigir muito mais atenção e recursos.
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