domingo, 30 de janeiro de 2011

Para combater dengue, Malásia solta “Aedes” de laboratório no ambiente

A Malásia se tornou o primeiro país da Ásia a colocar em prática um experimento de combate à dengue com mosquitos manipulados geneticamente em laboratório. Aproximadamente 6.000 machos de Aedes aegypti foram soltos em uma floresta local, anunciou o governo nesta quarta-feira.
Os cientistas esperam que os insetos se acasalem com as fêmeas e gerem crias com período de vida muito menor do que os insetos padrões. Segundo eles, isso reduziria a população de Aedes a curto prazo –somente as fêmeas transmitem a dengue, doença que causou a morte de 134 malasianos em 2010, o mesmo que um aumento de 52% no número de ocorrências no ano anterior.
Esse não é um teste inédito. Em 2010, o mesmo experimento ocorreu em 2010 nas ilhas Cayman (território britânico no Caribe), e o resultado foi que o uso de Aedes modificados realmente resultou na diminuição da dengue.
Vários ambientalistas se oposicionaram contra o plano de erradicação da dengue na Malásia, por temerem consequências imprevisíveis com a criação de mosquitos mutantes que também poderiam introduzir novas doenças no ecossistema local.
O Instituto de Pesquisa Médica, administrado pelo governo malasiano, disse que realizou um primeiro teste com 6.000 mosquitos estéreis, que foram soltos em uma área florestal despovoada em 21 de dezembro. O anúncio, entretanto, só ocorreu hoje. Outros 6.000 machos não estéreis foram introduzidos em uma outra área para comparações científicas.
O governo não forneceu mais detalhes, mas disse que houve sucesso no teste concluído em 5 de janeiro, e posteriormente todos os mosquitos foram mortos com inseticida.
Professor especializado em doenças infecciosas, Duane Gubler, que não esteve envolvido na pesquisa, disse que a liberação de mosquitos modificados pode ser eficaz no combate à dengue se combinada com outros métodos biológicos de controle.

FONTE: ASSOCIATED PRESS

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